No shopping, luzes acesas e música tocando. Um forró de plástico chato e massante, daqueles que tocavam no São João de Campina Grande mas não eram pagos pelo Governo Estadual. Ainda assim, tocava em todos os lugares.
Entrei pelo estacionamento, por uma entrada na livraria e deixei a entrada acessível. Estava me tornando um estrategista melhor conforme o tempo passava. Pensava em rotas de fuga, alternativas, caminhos diferentes. Em situações normais, agindo por ímpeto, eu não pensaria em caminhos para fugir. No mundo real éramos mais inconseqüentes. Grande parte dos erros que cometíamos tinham ligação com o fato de que não pensávamos nas conseqüências deles. Perdi amizades, amores, trabalhos por causa de atitudes impensadas.
Entrei pelo estacionamento, por uma entrada na livraria e deixei a entrada acessível. Estava me tornando um estrategista melhor conforme o tempo passava. Pensava em rotas de fuga, alternativas, caminhos diferentes. Em situações normais, agindo por ímpeto, eu não pensaria em caminhos para fugir. No mundo real éramos mais inconseqüentes. Grande parte dos erros que cometíamos tinham ligação com o fato de que não pensávamos nas conseqüências deles. Perdi amizades, amores, trabalhos por causa de atitudes impensadas.
No meio de um mundo tomado por zumbis, no entanto, inconseqüência é sinônimo de morte e eu não podia me dar o direito de morrer. Entrei no shopping pela porta de vidro da livraria e era como se nada tivesse acontecido. Afora manchas de sangue, marcas de tiro e vitrines quebradas, as luzes e sons do shopping estavam iguais. As escadas rolantes funcionavam todas para baixo, impedindo os zumbis de subi-las. Sem corpos espalhados, apesar das marcas de batalhas, logo pensei que todos os que morreram ali tinham revivido e eu teria que mata-los.
No térreo, algumas lojas haviam sido saqueadas. Muitos manequins jogados nos corredores e vitrines quebradas. TVs de última geração jaziam quebradas ou ligadas em chuviscos que nada diziam. em uma vitrine uma TV reproduzia um videoclipe de uma cantora japonesinha de seus quinze anos, e lembrei de uma conversa que eu havia tido com um amigo publicitário sobre aniversários de quinze anos.
_ Imagina, Ernesto! Isso é um filão para as produtoras! Quando a menina faz 15 anos os pais pagam a produção de um videoclipe teen para elas. Não é o máximo?
Que menininha não ia querer uma megaprodução para um clipe de uma música que gostasse?
No térreo, algumas lojas haviam sido saqueadas. Muitos manequins jogados nos corredores e vitrines quebradas. TVs de última geração jaziam quebradas ou ligadas em chuviscos que nada diziam. em uma vitrine uma TV reproduzia um videoclipe de uma cantora japonesinha de seus quinze anos, e lembrei de uma conversa que eu havia tido com um amigo publicitário sobre aniversários de quinze anos.
_ Imagina, Ernesto! Isso é um filão para as produtoras! Quando a menina faz 15 anos os pais pagam a produção de um videoclipe teen para elas. Não é o máximo?
Que menininha não ia querer uma megaprodução para um clipe de uma música que gostasse?
Subi para o outro andar por uma escada que tinha no final de um dos corredores. O local mais seguro era o piso superior. Não sabia o que me esperava lá em cima, por isso puxei o revólver novamente. De revólver em punho, pensei nas inúmeras possibilidades. Haveriam sobreviventes ali além do casal? Eles já estariam mortos? Será que ainda tinha comida na praça de alimentação?
Nenhum comentário:
Postar um comentário