quinta-feira, 28 de julho de 2011

Livro 3 - Capítulo 4

A melhor decisão que tomei foi me esconder dentro da cidade. Tentar sair era quase suicídio. Com as rotas fechadas por engarrafamentos gigantescos, os únicos caminhos disponíveis eram as vias vicinais. Caminhos de má qualidade, em que se avança devagar, geralmente levando a lugar nenhum.

Pensava nisso diante do mapa da cidade, exposto em uma das paredes do shopping. Verônica chegou-se ao meu lado e olhou para o quadro.

_ Pensando em como sair desse lugar?

Olhei para o quadro. Era impossível sair da cidade.

_ Tentar sair daqui é impossível. Olha as saídas de João Pessoa. Todas levam a cidades satélites ou à BR-230. Não há via de escape, a não ser o mar. E o que pode estar nos esperando do outro lado? Não há como saber.

Continuei mostrando as estradas.

_ Veja só. Nestas estradas teremos grandes problemas para rodar. Eu vi as câmeras da prefeitura. Todas as vias estão cheias de carros parados, tanto em um sentido quanto no outro. Não há como escapar pelos próximos quarenta quilômetros, pelo menos. No interior do estado, onde há menos gente, com certeza teremos lugares que estarão com menos zumbis, mas quais as condições que nos esperam? A melhor opção é ficar em João Pessoa pelos próximos meses.

_ A cidade foi evacuada rapidamente quando a praga começou. Muita gente tentou fugir pelas estradas. Muitos se transformaram em zumbis e começaram a comer os outros. Foi uma reação em cadeia, tudo acontecendo ao mesmo tempo. Onde você estava quando isso começou?

_ Dormindo.

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