Andando no meio dos mortos pude ver que não há humanidade alguma neles. Olhos vidrados, tudo o que querem é carne, comida, miolos. Um cérebro nunca é o bastante para eles. Iguaria rara nos dias de hoje, enquanto tenho uns quinze deles prontos para disputar o meu, que é tudo o que eles querem de mim. Pobres zumbis, mal sabem que a vida tem outros significados além de comer, dormir, sobreviver.
Mas não era assim antes? Não era assim que a maioria de nós vivia? Uma sobrevida, correndo atrás de pagar as coisas, só querendo dos outros aquilo que tinham para nos oferecer, e não oferecendo nada de volta? Retiro o que disse sobre os zumbis não terem nada de humano. Eles tem a nossa desumanidade para com o próximo. Eles não querem saber se você vai sentir dor, eles querem aquilo que você tem para eles. Conheci muitos homens que não tinham coração, assim como estes desmortos. Muitos outros que só podiam lutar pela sobrevivência. Conheci poucos que se davam ao outro pelo prazer de o fazer, sem esperar nada em troca. Seus exemplos sempre me alimentaram. Ghandhi, Jesus, Malcolm X, o Dr. Martin Luther King, e tantos outros que preferiram a vida do outro à sua própria. No entanto, entre escolher a vida e a morte, escolha, pois a vida, dizia um cartaz da Campanha da Fraternidade de uns dois ou três anos antes de começar esta praga.sou um pastor evangélico, mas sempre olhei para as outras manifestações de fé com respeito e temor. Creio que todos têm o direito de acreditar no que quiserem, e eu acredito que estes malditos zumbis me cercando podem me matar a qualquer momento.
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