O contato mais sólido que fiz foi com um grupo de sobreviventes que estava dentro de um hipermercado na cidade, isolado dos desmortos por cercas e muros. O líder deles falava em fugir, mas era improvável ter sucesso nesta tentativa. Era um grupo de cerca de 20 pessoas, pequeno, mas coeso. Se dividiram em diversas tarefas e ocupavam seu tempo. O mercado oferecia tudo de que eles precisavam, desde proteção até rotas alternativas de fuga, para o caso de precisarem. Conversamos algumas vezes pelo MSN. Fiquei feliz de ver que havia grupos de sobreviventes em outros lugares e pensei na possibilidade de haver um desses em João Pessoa. Afinal, eu não poderia ser o último sobrevivente da cidade.
No entanto, durante uma de nossas conversas, Rafael enfrentou uma insurreição, que acabou expondo o grupo ao perigo dos desmortos, que invadiram o andar térreo do mercado, acabando com grande parte do espaço com que eles contavam e matando alguns elementos do grupo. Com um grupo e um espaço bem menores, era uma questão de tempo até que os mesmos problemas enfrentados pelos sobreviventes de Aparecida de Goiás. Em um apocalipse zumbi, a fome é apenas uma das preocupações que você precisa ter. Manter a cabeça no lugar pode ser mais difícil do que conseguir o que comer.
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