quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Livro 3 - Capítulo 11

Uma coisa que eu havia notado é que havia muitas crianças desmortas. Velhos também. Eram as pessoas mais indefesas em uma guerra como esta. Agradeci a Deus por ter matado meu filho e evitado que ele sofresse deste mal.

Entramos devagar na delegacia. Eu carregava o bastão de beisebol enquanto Lucio segurava um dos cacetetes e Claudemir ia com um martelo. Todos nós tínhamos uma arma na cintura, mas eu sabia que precisávamos de armas mais apropriadas. Carabinas, armas de concussão, como cacetetes e roupas de proteção. Não havia ninguém na delegacia, vazia, ao que tudo indicava, desde o início da rebelião. Olhei no prontuário e o último boletim de ocorrência era de antes da evacuação da cidade.

Claudemir gritou de lá de dentro.

_ Dá uma olhada nisso aqui!

Quando cheguei, parecia um pequeno paraíso. Era o almoxarifado da Rocam, a tropa de motocicletas da Polícia Militar. Carabinas, rifles, pistolas automáticas, revólveres, coletes a prova de bala, espingardas 12 e muita munição. Cacetetes e facões, que eram fundamentais nessa hora.

E justamente nessa hora é que as coisas começaram a ficar feias mesmo.

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