Lúcio não havia fechado a porta da frente e os três zumbis que estavam comendo a moça do lado de fora tinham vindo em nossa direção. Isso chamara a atenção de outros zumbis que estavam na rua, perdidos e de uma coisa que era mais perigosa que qualquer um dos outros zumbis.
Um corredor.
Só ouvimos os gritos de Lúcio chamando por socorro e o barulho de uma porta fechando. Claudemir pegou uma pistola, carregou e foi para a outra sala. Eram cerca de vinte desmortos lutando contra a porta que Lúcio fechou atrás de si quando se escondeu.
Claudemir apontou para o que estava mais perto de nós. O barulho do tiro foi alto, e o estampido surdo. A cabeça do desmorto explodiu enquanto os outros começaram a vir em nossa direção.
Claudemir era um atirador frio, mas seu pente só tinha dez balas. Ainda sobravam dez desmortos e mais os que estivessem do lado de fora e ouvissem a bagunça. Preparei o facão e avancei. Fatiei o crânio de um enquanto afastava outro com o bastão de beisebol. Um terceiro avançou contra mim tentando morder meu peito. O colete deu conta dele, quebrando alguns dentes. Cravei o facão em sua cabeça de cima para baixo. Deixei o facão ali e peguei o 38. Seis tiros que eu precisava que fossem bem dados. Claudemir não perdia uma bala, eu não podia ficar para trás. Atirei.
A primeira bala atravessou o nariz de uma mulher que vinha em minha direção. A segunda se alojou no braço de um garoto de boné, que veio para cima de mim.
O terceiro tiro foi no rosto dele mesmo, que caiu para trás impedindo a vinda de mais dois zumbis que queriam minha carne. Foi aí que vi a coisa que mais me assustou naquela situação toda. Dois policiais da Rocam.
De capacetes.
Ambos partiram para cima de Claudemir, que se esquivava como podia dos ataques, atirando a esmo contra os capacetes, que pareciam intransponíveis.
Corri para ajuda-lo, batendo na espinha de um dos dois policiais, que caiu no chão. O outro se virou na minha direção antes que eu pudesse fazer o mesmo. Era um homem forte, um oficial da lei, vestido com sua farda completa. Claudemir tentava matar outros que ainda entravam. Vi meu fim chegando naquele momento.
Foi quando ouvi a 12 sendo armada e o tiro, que deixou um zumbido batendo no meu ouvido enquanto o capacete, a cabeça, o cérebro e tudo do “zumbicop”, o desmorto do futuro, caíam para o lado.
_ Este não te incomoda mais, amigo.
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