Na porta do provador, começamos o massacre. Eu cortava o que podia com o facão. Puxei uma mulher para trás pelos cabelos e golpeei no pescoço, cortando até a metade. no segundo golpe a cabeça dela ficou na minha mão e a joguei para o lado.
Claudemir batia com o martelo na cabeça de um homem negro de cabelos raspados. Dava para ver o crânio do homem esfacelando enquanto a ferramenta afundava cada vez mais, até que o homem parou, caiu de joelhos e ficou por lá.
Marcos e Alberto tentavam ajudar de alguma forma, mas os tacos eram muito grandes para o espaço reduzido em que estávamos. Marcos gritou para Patrícia.
_ Patrícia, você foi mordida?
_ Não. Me ajuda! Socorro!
Ela estava desesperada, e nós também.
_ Sai todo mundo da frente! Patrícia, se encolhe o máximo que puder!
Era Renata gritando. Nos afastamos e ela atirou. Três tiros de escopeta foram o bastante para derrubar oito desmortos, que se juntaram a outros tantos no chão. A escopeta tinha uma grande vantagem. Apesar de não matar os zumbis, é uma arma que os derruba, por conta do impacto que as balas oferecem. Com os três tiros os zumbis caíram e estavam expostos. Prato cheio. Continuamos a matança até eliminar o último e abrir a porta do provador. Patrícia vestia um macacão ensanguentado. O corpo todo estava coberto de sangue e pedaços de carne podre. Mas nenhuma mordida.
Ela saiu em silêncio do provador. A roupa, coberta de sangue velho, os cabelos perfeitamente desalinhados. Renata se aproximou e a abraçou. Foi o bastante para a menina começar a chorar.
_ Nós não temos tempo. Você precisa se trocar e nós precisamos arrumar tudo para ir embora. Você consegue?
Ela fez que sim com a cabeça enquanto limpava as lágrimas com as mangas. Olhou-nos com o rosto sujo do sangue que havia na manga do macacão.
_ Eu não vou mais chorar por estas porcarias. Não vou mais. Nunca mais.
Saiu enquanto eu, Claudemir, Marcos e Alberto tentávamos conter a subida de mais desmortos pela escada rolante. Ficar não era mais uma opção.
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