Saindo da delegacia, vi, ao longe, alguns zumbis que haviam sido atraídos pelo barulho, mas que mais pareciam perdidos com o silêncio que se havia seguido. Estavam andando a esmo ao lado do shopping. Achei por bem não mexer com eles, deixando-os ali, longe, onde bem estavam.
Olhei a rua. Tinha cometido meu primeiro assassinato. Diferente do que imaginava, não me sentia mal por te-lo feito. Não estava feliz por Lúcio ter morrido, é verdade, mas, na situação em que estávamos vivendo, o que nós poderíamos fazer. Claudemir controlava o choro, olhando para mim e concordando. Um assassinato apoiado pela sociedade, como se eu tivesse o poder de decidir a vida das pessoas à minha volta.
Comecei, ali, a assumir a postura de líder que eu precisava ter dentro do grupo. As pessoas começaram a me olhar com confiança a partir daquele momento. Do lado de fora do shopping, olhando o grande prédio cinza, cheguei à conclusão que não podíamos mais ficar ali. Era necessário ir embora, encontrar outro lugar para nós, para nosso pequeno grupo de sobreviventes poder, realmente, voltar a viver. Lutar para viver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário