O shopping parecia estar em uma daquelas promoções
especiais, com descontos absurdos. Cercado de pessoas, com as portas
abarrotadas, parecia véspera de dia das mães ou natal. Os corredores
intransitáveis, as lojas cheias, o inferno na terra. Porém, na época, para
aplacar a sanha voraz dos que nos cercavam, bastava usar o cartão de crédito.
Agora, só um tiro na cabeça resolvia nossos problemas.
Troquei o revólver pela carabina que Patrícia estava
carregando. As balas 38 serviam ali também, e o pente era maior. O rifle 38
Garand M-1 era uma das armas que a Polícia Militar brasileira usava sempre como
segunda opção, por ser uma carabina semiautomática, que acabou sendo
substituída por submetralhadoras e armas do tipo. Com uma mira telescópica
poderia facilitar muito o trabalho de alguém que quer ficar de tocaia matando
zumbis. Era antiga, dura, mas ainda dava um caldo em muita arma nova que havia no mercado.
Empunhei a arma e atirei contra um dos desmortos que estava
na minha frente. Muito mais estável que a Glock e tão eficaz quanto. Decidi que
aquela seria minha arma primária a partir de então. Fácil de encontrar munição,
fácil de limpar e lubrificar, fácil de empunhar. A arma perfeita para efetuar
um massacre.
Um massacre que, de longe, eu via acontecer no
estacionamento do shopping enquanto corria naquela direção. Via Renata atirando
em zumbis com sua 12. Enquanto estavam caídos, Claudemir e Alberto cortavam ou
perfuravam as cabeças deles. Porém, mais e mais zumbis chegavam perto da maca
de Marcos enquanto Janaína tentava mante-lo seguro com um bastão de beisebol.
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