quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Livro 4 - Capítulo 8


Angélica estava muito preocupada com o marido para pensar em dar tiros ou fazer qualquer coisa. Ela olhava para o meu colo chorando enquanto andávamos. Do corte ainda escorria sangue e eu fiquei preocupado sobre o quanto aquilo podia atrair os desmortos. Me dei conta de que o cheiro os atraía quando, ao invés de sair das ruas por onde nós já havíamos passado, eles começavam a sair de lugares onde ainda não haviam tido contato visual conosco. E vinham farejando. O sangue de Marcos começou a atrai-los para nós.

_ Angélica, preciso que você mate os zumbis que vierem da frente. Se não fizer isso, Marcos e eu vamos ficar expostos e acabaremos morrendo.

Ela concordou com a cabeça e eu pedi para Patrícia fazer o mesmo e começar a atirar nos zumbis que estavam na frente. Eu precisava de um plano B, pois quando chegássemos ao prédio de Renata os desmortos nos veriam, acompanhariam para dentro e acabariam invadindo o prédio e nos matando. E nós já estávamos chegando lá.

Foi quando Marcos acordou. E acordou gritando de dor e se contorcendo no meu colo, o que levou a nós dois para o chão.

Angélica, desesperada, largou a arma e correu para o marido, que rolava no chão sentindo dor. Olhei para ele, já havia passado horas desde que ele fora mordido e não havia qualquer sinal de que estava infectado. A amputação funcionava, afinal de contas.

Peguei a pistola e comecei a atirar junto com Patrícia, que vi que já estava se contendo, usando menos balas. Seu 38 já não tinha tantos tiros disponíveis. Precisava tirar todos dali o mais rápido possível.

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