Angélica estava muito preocupada com o marido para pensar
em dar tiros ou fazer qualquer coisa. Ela olhava para o meu colo chorando
enquanto andávamos. Do corte ainda escorria sangue e eu fiquei preocupado sobre
o quanto aquilo podia atrair os desmortos. Me dei conta de que o cheiro os
atraía quando, ao invés de sair das ruas por onde nós já havíamos passado, eles
começavam a sair de lugares onde ainda não haviam tido contato visual conosco.
E vinham farejando. O sangue de Marcos começou a atrai-los para nós.
_ Angélica, preciso que você mate os zumbis que vierem da
frente. Se não fizer isso, Marcos e eu vamos ficar expostos e acabaremos
morrendo.
Ela concordou com a cabeça e eu pedi para Patrícia fazer o
mesmo e começar a atirar nos zumbis que estavam na frente. Eu precisava de um
plano B, pois quando chegássemos ao prédio de Renata os desmortos nos veriam,
acompanhariam para dentro e acabariam invadindo o prédio e nos matando. E nós
já estávamos chegando lá.
Foi quando Marcos acordou. E acordou gritando de dor e se
contorcendo no meu colo, o que levou a nós dois para o chão.
Angélica, desesperada, largou a arma e correu para o
marido, que rolava no chão sentindo dor. Olhei para ele, já havia passado horas
desde que ele fora mordido e não havia qualquer sinal de que estava infectado.
A amputação funcionava, afinal de contas.
Peguei a pistola e comecei a atirar junto com Patrícia, que
vi que já estava se contendo, usando menos balas. Seu 38 já não tinha tantos
tiros disponíveis. Precisava tirar todos dali o mais rápido possível.
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