quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Livro 4 - Capítulo 13


Eu e Renata íamos na frente enquanto Janaína e Claudemir iam no meio, com o segurança consolando a enfermeira e Alberto fechava o grupo com uma carabina. Renata quebrou o silêncio.

_ Como está o outro Marcos?

_ Bem. Quando os deixei no seu apartamento ele estava caminhando. Cambaleante, mas consciente e seu sangue ainda cheirava a metal velho, como o sangue de um ser vivo.

_ E você? Como está?

_ Você está perguntando por causa daquela explosão lá atrás? Eu precisava daquilo. Precisava sentir que fazia isso por outras razões além de apenas sobreviver. Nem que fossem os motivos mais torpes, como vingança ou saciar uma sede de sangue, eu preciso de mais do que “sobreviver”. Só isso não será o bastante para mim.

_ Mais do que sobreviver... Sim, precisamos disso. Você acredita que poderemos construir algo a longo prazo na estação?

_ Acredito que sim. Podemos começar devagar, limpar as ruas em volta, cercar o lugar, aumentar a segurança. Entrar nos prédios em volta e limpa-los, para podermos viver neles. Já notou como os muros naqueles prédios são altos? O medo de bandidos foi a melhor arma que os arquitetos nos deixaram para nos proteger. Acredito que em um ano conseguiremos limpar uma área de dez ou doze quarteirões, cercando tudo para que eles não invadam.

_ Você faz planos para o futuro. Mas e o presente? Como será que faremos para sobreviver?

_ Nós lutamos, Renata. Nós podemos ter perdido a guerra contra os zumbis, mas não vou aceitar perder a batalha contra o desânimo e a desistência. Nós vamos viver. Custe o que custar, nós vamos viver.

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