Segurei Marcos no chão.
_ Marcos, me ouve. Olha em volta. Estamos cercados de
zumbis e estamos perto do local de encontro. Eu preciso que você vença a dor e
ande do meu lado. Eu sei que é traumático, mas eu não quero te deixar aqui. A
gente já perdeu gente demais. Levanta e vem comigo. Você consegue?
Ele me olhava em choque enquanto Angélica gritava os piores
impropérios para mim. Eu nem a olhava. Marcos colocou o cotoco de braço por
cima do meu ombro. Senti o cheiro de metal velho característico do sangue vivo
e fiquei feliz. Conseguimos fazer Marcos viver até agora, não podia permitir
que morresse agora.
Corremos ao longo das duas quadras que faltavam. Marcos ia
se apoiando em mim, quase não conseguindo andar. Os zumbis estavam muito
próximos e eu usava o facão para eliminar alguns que se aproximavam mais. Na
quadra do prédio de Renata, as coisas começaram a ficar mais calmas. Patrícia
pegou a arma de Angélica, uma pistola .40 e começou a atirar com ela. Certeira.
No portão do prédio, coloquei Angélica e Marcos para dentro. Tentei puxar
Patrícia para dentro, mas ela sabia o que eu queria fazer e queria fazer isso
junto comigo.
_ Você tem certeza?
Ela fez que sim enquanto atirava em zumbis, eu fechei o
portão.
_ Subam, se protejam, enquanto eu e Patrícia vamos
afasta-los daqui.
_ Isso não te isenta do que você fez com meu marido,
Ernesto.
_ Nem quero que me isente. Na hora certa vamos discutir
isso, ok?
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