sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Livro 4 - Capítulo 9


Segurei Marcos no chão.

_ Marcos, me ouve. Olha em volta. Estamos cercados de zumbis e estamos perto do local de encontro. Eu preciso que você vença a dor e ande do meu lado. Eu sei que é traumático, mas eu não quero te deixar aqui. A gente já perdeu gente demais. Levanta e vem comigo. Você consegue?

Ele me olhava em choque enquanto Angélica gritava os piores impropérios para mim. Eu nem a olhava. Marcos colocou o cotoco de braço por cima do meu ombro. Senti o cheiro de metal velho característico do sangue vivo e fiquei feliz. Conseguimos fazer Marcos viver até agora, não podia permitir que morresse agora.

Corremos ao longo das duas quadras que faltavam. Marcos ia se apoiando em mim, quase não conseguindo andar. Os zumbis estavam muito próximos e eu usava o facão para eliminar alguns que se aproximavam mais. Na quadra do prédio de Renata, as coisas começaram a ficar mais calmas. Patrícia pegou a arma de Angélica, uma pistola .40 e começou a atirar com ela. Certeira. No portão do prédio, coloquei Angélica e Marcos para dentro. Tentei puxar Patrícia para dentro, mas ela sabia o que eu queria fazer e queria fazer isso junto comigo.

_ Você tem certeza?

Ela fez que sim enquanto atirava em zumbis, eu fechei o portão.

_ Subam, se protejam, enquanto eu e Patrícia vamos afasta-los daqui.

_ Isso não te isenta do que você fez com meu marido, Ernesto.

_ Nem quero que me isente. Na hora certa vamos discutir isso, ok?

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