sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Livro 4 - Capítulo 4


O relógio de Claudemir marcava dez horas da manhã. Marcos não dava sinais de melhora. A febre continuava alta e ele não acordava. Ainda não tínhamos contado o plano para os outros quando Patrícia chegou perto de nós.

_ Precisamos sair daqui. Quero saber se vocês já têm uma ideia.

_ Temos sim. Queremos dividir o grupo em dois e sair separados.

_ Parece uma boa ideia. Um ferido em cada grupo?

_ Isso.

_ Não esqueçam de deixar os saudáveis bem divididos. Teremos mais chances se você e Claudemir chefiarem os dois grupos. Podem contar comigo para o que precisarem.

_ Sabemos que podemos, Patrícia. Eu posso falar com você em particular um minuto?

Ela fez que sim com a cabeça e subimos para o último andar da escada.

_ O que aconteceu dentro daquele provador?

_ Eu vi uma coisa. Uma coisa que eu não queria ver. Que eu já sabia, mas não queria acreditar.

_ O que foi.

_ Eu vi alguém que eu conhecia transformado em zumbi. Eu vi o André, meu namorado.

Fiquei em silêncio. Não estava sendo fácil para ela contar aquilo.

_ Eu sabia que as pessoas que eu conhecia tinham sido transformadas, mas ainda tinha esperança que ele estivesse em algum lugar me esperando, com um grupo de sobreviventes, assim como nós, sabe? Mas não. Ele foi mordido e o que é pior... a forma como eu o vi... era deprimente, sabe? A gente estava meio que separado, então, meio que em crise. De repente, quando vejo no provador o primeiro zumbi que queria me morder era exatamente ele. O André não podia ter morrido, não podia.

Ela começou a chorar. Aquela situação a estava transformando. Patrícia sairia daquilo de outra forma. Uma forma totalmente diferente da com a qual entrou.

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